DESTAQUE

Publicação de estudos científicos

Caros leitores, A Journal Health NPEPS (ISSN 2526-1010) é uma revista científica produzida pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNE...

domingo, 27 de janeiro de 2019

Reforma trabalhista: trabalhador fragilizado; patrões põem normas na mesa



Os impactos da Reforma Trabalhista, a maior já realizada no sistema de relações de trabalho do país, só serão percebidos, de fato, ao longo do tempo. Isso acontecerá à medida que: o mercado de trabalho promover, por meio da rotatividade, a demissão de trabalhadores contratados nas velhas regras e a admissão de outros, seguindo as novas; houver migração de parte do enorme contingente de trabalhadores sem registro em carteira e autônomos para as modalidades de contratação criadas pela nova lei; a renovação anual e continuada das convenções e dos acordos coletivos de trabalho rebaixar direitos adquiridos e consagrados por diversas categorias profissionais nas negociações com os patrões. Os efeitos serão observados, portanto, no processo de reconfiguração do mercado de trabalho e das negociações coletivas, que, no longo prazo, constituirá as bases reais das novas condições laborais e de representação dos trabalhadores brasileiros.

No primeiro ano de vigência da reforma, foi possível notar: ampla extensão das alterações, com efeitos variados e entrecruzados; onde há sindicato atuante, a implantação das regras passa por um complexo processo negocial, em que os trabalhadores mostram força, resistem e formulam propostas; tem sido possível tratar, nas negociações coletivas, das modificações que a lei pretende implementar; aumentou o poder dos empregadores para a imposição de novas regras; as negociações ganharam nova substância, especialmente com a introdução de pautas patronais com propostas de supressão ou rebaixamento de direitos; a lei que autoriza a terceirização ampla e irrestrita é parte complementar e essencial da Reforma; a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho têm cumprido papel relevante na definição dos contornos, parâmetros e efeitos das normas.
As novas formas de contratação começam, ainda que de forma marginal, a marcar presença. O contrato intermitente, segundo o Ministério do Trabalho, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ainda tem baixa participação no total das admissões (perto de 0,5% ao mês), mas, em um ano de reforma, foram somadas mais de 47 mil contratações nessa modalidade, em praticamente todos os setores da economia, com destaque para os serviços, que concentrou em torno de 48% desses vínculos. Assistentes, serventes, auxiliares e faxineiros são as ocupações predominantes nesse tipo de admissão.
O contrato em jornada parcial também representa cerca de 0,5% das contratações mensais. Uma das características desse tipo de contratação é a alta rotatividade. Vendedores, auxiliares e assistentes administrativos, pessoal de manutenção, caixas e bilheteiros, garçons, professores e recepcionistas são as ocupações preponderantes nesse tipo de contrato.
O trabalho temporário é outro tipo de contrato flexível e representa aproximadamente 12% da força de trabalho ocupada, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As informações relativas à jornada semanal de trabalho, também da Pnad Contínua, reafirmam a baixa qualidade dos postos de trabalho gerados após a Reforma. Dados referentes ao terceiro trimestre de 2018 revelam que aumentou a proporção de ocupados com jornadas reduzidas ou superiores à média em relação ao terceiro trimestre de 2017: 5,2%, entre os que cumprem jornada inferior a 14 horas semanais; 4,4% entre os que trabalham de 15 a 39 horas; e 8,5% entre os que realizam jornadas iguais ou superiores a 49 horas por semana.
A Reforma Trabalhista também introduziu a possibilidade de desligamento do emprego por comum acordo entre trabalhador e empregador, com redução dos direitos previstos para os demitidos sem justa causa. As informações sobre os tipos de desligamentos registrados pelo Caged, em setembro de 2018, mostram que demissões sem justa causa, por iniciativa do empregador, correspondem a 76% do total de desligamentos. Outros 22% ocorrem por encerramento de contratos temporários ou por prazo determinado. Somente 2% das demissões realizadas naquele mês se valeram do instrumento de comum acordo entre as partes, que, inclusive, vem sendo mais utilizado no desligamento de trabalhadores com salários mais altos. Entretanto, aumentou o número de demissões nessa modalidade no decorrer de 2018: em janeiro, correspondia a cerca de 10 mil; e, em setembro, a 13 mil.  
Nas negociações coletivas de trabalho, os processos estão mais longos e difíceis de serem concluídos. Dados do Sistema Mediador, do Ministério do Trabalho, mostram que o número de convenções coletivas fechadas entre janeiro e outubro de 2018 caiu em relação ao mesmo período do ano anterior (- 25%).
Os temas relacionados à reforma mais pautados nas negociações coletivas foram: hierarquia das normas que regem as relações de trabalho, ou seja, disputa pela prevalência do legislado ou do negociado, e intervalos intrajornada (13% cada); cômputo das horas in itinere na jornada de trabalho e participação dos sindicatos na homologação das rescisões contratuais (11% cada); banco de horas (9%); jornada de 12 x 36 (7%); fracionamento das férias e regime de trabalho em tempo parcial (6% cada); normas para pagamento das rescisões contratuais, comissão de representação de empregados e contrato intermitente (5% cada).
Em um ano de vigência, a reforma se impôs nas negociações. Os trabalhadores e os patrões, na defesa dos próprios interesses, debateram essa nova agenda, disputando cada item. Predominantemente, os empresários partiram para o ataque e os trabalhadores jogaram na defesa. Os resultados revelam um jogo difícil para os trabalhadores, sobretudo porque a atuação sindical ficou um pouco prejudicada, pois a Reforma também atacou o financiamento dos sindicatos
O financiamento sindical, regularmente tratado em acordos e convenções coletivas, passou a ser objeto de conflito nas negociações, em decorrência das mudanças referentes à contribuição sindical introduzidas pela Reforma Trabalhista. Em 86% das convenções coletivas registradas no Mediador foram incluídas normas relacionadas a alguma forma de custeamento. Quase dois terços dessas regras referem-se à contribuição negocial, taxa definida pelos trabalhadores, em assembleia, para ser destinada às entidades sindicais pela condução das negociações.
De maneira geral, cerca de 83% das negociações trataram de temas relacionados às condições e aos contratos de trabalho; 46% referiram-se à organização sindical; e 23%, à negociação coletiva. Das negociações assessoradas pelo Dieese, em 55%, o patronato apresentou uma pauta para a negociação; em 86%, questionou direitos e garantias que eram renovados há anos; e, em 18%, não alterou a postura.
Os trabalhadores, por sua vez, priorizaram nas mesas de negociação os seguintes temas: participação dos sindicatos na homologação das rescisões de contrato, terceirização na atividade-fim, demissões coletivas, parcelamento de férias, representação sindical, insalubridade para a trabalhadora gestante, rescisão de contrato por comum acordo, contratação de PJ (pessoa jurídica) ou autônomo, trabalho intermitente, banco de horas e horas in itinere.
Em um ano de vigência, a reforma se impôs nas negociações. Os trabalhadores e os patrões, na defesa dos próprios interesses, debateram essa nova agenda, disputando cada item. Predominantemente, os empresários partiram para o ataque e os trabalhadores jogaram na defesa. Os resultados revelam um jogo difícil para os trabalhadores, sobretudo porque a atuação sindical ficou um pouco prejudicada, pois a Reforma também atacou o financiamento dos sindicatos. Claramente, o jogo social que regula as relações de trabalho está em novo campo, com novas regras e novo juiz. Jogo para ser jogado, história para ser construída, resultado em aberto. A vida segue!

Clemente Ganz Lúcio (Centro de Estudos Estratégicos da FIOCRUZ)

Saúde pública e segurança pública: uma relação tensa, mas necessária, defende pesquisador

Saúde pública e segurança pública podem e devem caminhar juntas, auxiliando-se mutuamente. É o que constatou o epidemiologista Nicholas Thompson da Universidade de Melbourne, Austrália, a partir de um trabalho de prevenção ao HIV, que realizou em Chiang Mai, na Tailândia, em 2003, e cujas reflexões deram origem a uma série de três artigos que trata da relação pouco reconhecida dessas duas políticas públicas, publicada no periódico médico The Lancet de janeiro de 2019. Em entrevista ao jornalista Jon Cohen, da revista Science, Thomson aborda a experiência.
“Fomos dizimados”, relatou ele, referindo-se às consequências danosas à sua pesquisa, advindas da “agressiva guerra às drogas” que o presidente tailandês havia promovido, autorizando ações extrajudiciais para apreensão de qualquer suspeito de tráfico, o que resultou no afastamento de algumas centenas de pessoas, que não eram traficantes, dos testes que sua equipe conduzia.
Thomson, que trabalhava com pesquisadores da Escola Johns Hopkins Bloomberg de Saúde Pública em Baltimore, Maryland, à qual também está vinculado, conta ter percebido que parte do problema estava no fato de os pesquisadores, bem como a universidade tailandesa de Chiang Mai não terem construído vínculos fortes o bastante com a polícia do país, o Ministério do Interior e o sistema prisional. E, ainda, que a interseção entre saúde pública e segurança, envolvendo tanto a polícia quanto os militares, tem impacto não só na abordagem do HIV/Aids, como de pólio, ebola, zika e malária e sobre saúde mental, bioterrorismo e desastres.
A partir de então, buscou dedicar-se a uma aproximação entre as duas instâncias. “Passei os dez anos seguintes tentando aprofundar o quanto possível a relação com os ministérios responsáveis ​​pela segurança pública em todo o sudeste da Ásia, para identificar o que seria necessário à melhoraria da qualidade da saúde pública”, disse na entrevista.
Thomson destacou que a segurança pública tem grande aparato para apoiar iniciativas de saúde pública, mas, muitas vezes, põe-se em conflito com os atores da saúde e dos direitos humanos, em particular, sendo necessário que se lançasse uma lente de saúde pública sobre sua cultura operacional. Como exemplo, ele referiu-se ao Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária e ao Pepfar [Plano de Emergência do presidente dos Estados Unidos para o Alívio da Aids], que executam programas gigantescos de combate a epidemias concentradas em populações criminalizadas ou hostilizadas. “Nenhuma dessas agências está disposta a entrar no espaço da polícia de forma tangível. Seus parceiros são pessoas de saúde ou organizações não governamentais, portanto, não trabalham com a polícia”, observou.
Ele lembrou que nas agendas de organismos globais de saúde não está previsto financiamento voltado ao setor de segurança. “Veja a malária resistente a medicamentos no norte do Camboja. Os únicos funcionários públicos são policiais, militares e funcionários de fronteiras e alfândega. Não há epidemiologistas. Há uma relutância real das agências de saúde pública em envolver a polícia e as forças armadas na luta contra a malária, o que representa enorme risco de novos surtos”.
O epidemiologista acrescentou que, por sua vez, os treinamentos de policiais não são apoiados por políticas e estratégias da alta liderança do setor. “Nas ruas secundárias de Douala [cidade costeira dos Camarões], você tem dez, 20 pontos quentes, cada um com 200 profissionais do sexo operando,  todos relatando serem perseguidos e induzidos a subornar”, aponta, defendendo que a saúde pública envolva-se nesse processo. “A menos que nos envolvamos corretamente, nunca chegaremos ao fim. Considerando para onde a ciência progrediu, isso é uma farsa”, afirma.
Thomson lembra que as prisões não são administradas por epidemiologistas, mas por seguranças sem treinamento em saúde pública, e que, geralmente, não se importam com os problemas desse setor. “Mas você pode mostrar-lhes intervenções que serão eficazes para os prisioneiros e melhorarão as condições para os guardas, diminuindo a exposição destes, por exemplo, à tuberculose multirresistente”, destacou.
Ao mesmo tempo em que é possível estar preparado para certas ameaças, como a do Ebola, disse o epidemiologista, alguns projetos em andamento já demandam apoio de policiais e militares. “Onde não conseguimos erradicar a pólio? Afeganistão, Paquistão e norte da Nigéria – os lugares mais inseguros. E nunca chegaremos a zero casos, a menos que as pessoas estejam seguras”.
Para a polícia, destaca Thomson, segurança pública é uma expressão distante de saúde pública, não se reconhecendo quão entrelaçadas estão as duas áreas. “Não há muita diferença entre proteger alguém de um ataque por metanfetamina e aplicar a lei do cinto de segurança ou fazer o teste de drogas nas estradas”, considera o pesquisador. “Mas nas academias de polícia, normalmente não há nem uma semana de treinamento em saúde pública, e a cultura é que eles não acordam achando que são defensores da saúde pública também”.
Quanto ao argumento de que para construir a confiança com o público, é preciso que a saúde pública distancie-se da polícia e das forças armadas, Thomson destaca que essa tensão exacerba-se quando se parte do princípio de que o setor de segurança é “o arqui-inimigo”. Para ele, há “uma batalha cultural” entre as duas agências que precisa ser resolvida. “Os defensores da saúde pública precisam ter a capacidade de se sentar nessas mesas escuras e se envolver. Nós não vivemos em um mundo perfeito. Estamos perdendo uma grande oportunidade”.

Centro de Estudos Estratégicos da FIOCRUZ

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

The democratization of scientific publishing

One of the most frequent dilemmas we face as supervisors is where to submit a paper prepared by our trainees. Typically, we ask students to prepare a list of possible journals, along with their respective journal impact factors (JIFs). After editing the work, a discussion takes place with the trainee about where to submit the manuscript. Expectedly, the majority of students wish to publish their papers to the highest possible impact journals, as judged by the JIF. Herein, we discuss the implications of trying to publish in elite journals and the consequences of this on the career and wellbeing of young investigators.
Numerous investigators maintain personal subscriptions to Nature and Science magazines. In our view, the value of these journals is mostly related to their high-quality editorial content, with very few papers published in these multidisciplinary journals being directly related to our work (the discovery and validation of novel cancer biomarkers). Indeed, for our research purposes, we retrieve most papers by either searching PubMed, or through alerts, based on keywords. We assume that most scientists, young and old, follow similar strategies.
Since the 1970s, scientific publishing has changed dramatically (for a recent review of these changes please see our previous publication); we used to spend considerable time in the library, which is now a thing of the past, and we used to photocopy reams of papers, whereas now we photocopy none. Most importantly, the invention of the Internet ushered in online, open access journals, providing readily available papers, in full text, without the need for a subscription.
We have always advised our graduate students to read widely. In our lab, weekly meetings have become more diverse, with our ‘news and views’ section now covering areas mostly unrelated to our core research interests of translational medicine and cancer biomarkers. For example, in one of our latest journal clubs, our students presented efforts to avoid the extinction of the white rhinoceros, how to use social media to avoid suicide attempts, and some recent developments in the technology and ethics of autonomous cars.

Where to submit?

We follow at least three rules for choosing where to submit our work, and generally favor quick publishing and/or open access platforms. First, we make sure the journal is indexed in PubMed, so that it can be retrieved by searching; secondly, we identify and avoid ‘predatory’ journals – sham journals that profit by charging unsuspecting contributors fake ‘author fees’; and thirdly we ensure the journal is affiliated with a credible, even if small, publisher or a recognized professional association.
We agree with the notion that publishing a paper in a top tier journal may help secure better employment as well as help in being awarded major grants or prizes, among other benefits. However, these journals have some inherent issues. We recently argued that irreproducibility of papers in high-impact journals may be more frequent, and more dangerous (termed as ‘malignant’), than in lower impact journals (termed as ‘benign’). We and others have also repeatedly argued that the publication of a paper in a prestigious journal should not be used to extrapolate that the paper itself is valuable, impactful, or of high quality. We consider that other measures of impact, such as citations, patents, startup companies, and development of consumer products, may be of greater importance. Consequently, we advise our trainees to submit their papers to prestigious journals, if they so wish, but to be emotionally prepared to accept rejections, in many cases without their paper even being reviewed.
Young investigators may be prefixed with the JIF. However, we recently predicted the future demise of the JIF and, indeed, we have seen our prediction come true with certain journals. To date, an increasing number of journals prefer not to advertise, or even seek to obtain, their JIF. Furthermore, we recently proposed a new factor, called the CAPCI (citation average per citable item), to avoid using the misleading word ‘impact’, as also proposed by others.

High-impact hazards

Not many senior researchers discuss the fact that submitting to the highest-impact journals may be associated with adverse effects, especially for their trainees. It is now common knowledge that anxiety and depression among graduate students, post-docs, and young faculty is on the rise, with the issue attracting significant attention. One reason, among many, is the tremendous competition between young investigators for jobs, publications, awards, grants, etc. Rejection of papers in high-impact journals is, understandably, painful and damaging to the morale and self-esteem of early career researchers; one of us (EPD) has witnessed these adversities very frequently over 30 years. Repeated cycles of rejections could inflict depression, anxiety, and other mental illnesses, or even suicidal thoughts.

Open access journals

In our view, the importance of publishing in high-impact journals (many of which are closed access, and therefore subscription journals) is progressively decreasing due to the rise of open access journals and other publication options. In open access journals, upon publication, research is immediately visible in full text to international audiences who can read and cite it. It is difficult to envisage that any researcher would decide whether or not to read a highly relevant paper for their research based on the journal’s rating by the JIF (unless, of course, the journal is categorized as ‘predatory’). A recent analysis demonstrated that the number of citations accrued by a paper is not correlated with the JIF if the journal is open access. Consequently, there is no reason why a paper should lose any citations or audience attention due to being published in an indexed, open access journal.

Preprint servers vs. journals

There are also alternative methods for the publication of research, such as submission to a pre-print server. Pre-print servers are repositories that archive papers and make them available to readers without peer review. The major advantages of such a practice are the immediate visibility and the establishment of some priority in a specific subject. Thus, possible delays with the review process (which sometimes extend to a year or more) are avoided. Our students are increasingly advised to submit to such pre-print servers, yet they are suspicious that somebody may steal their ideas prior to formal acceptance by a peer-reviewed journal. The disadvantages of pre-print servers are that you may lose the benefit of peer review to improve your paper before it becomes public and that some journals have strict qualification rules regarding the prior submission to a pre-print server.
We are now increasingly advising our young associates to consider indexed, open access, quick publication journals. While practices vary, some of these journals have additional unique features besides being open access. For instance, they will accept and post a paper on their website (but not in PubMed) prior to formal acceptance by peer review, the reviewers are identifiable, and the reviews are public, and/or they require the submission of complete primary data to allow reanalysis by others. Following acceptance, the paper is freely available in full text in PubMed. Our experience is that, despite some concerns about the JIF, which may not even be used by these journals or could be relatively low, our trainees are thrilled to see their paper in PubMed, sometimes within 2–4 months from submission. Such fast visibility is a highly effective anti-anxiety and anti-depressive remedy. Nevertheless, our trainees realize that, under this publication model, their paper will be under permanent review, since readers can post comments at any time, even years after publication. A further perceived disadvantage would be the nominal fee paid by the authors to cover production costs; yet, due to competition, this fee is steadily decreasing. However, authors must realize that there are costs involved in the publication of a paper, even in open access, and that these costs should be met by authors, institutions, or funders. Finally, we also tell our trainees that no Nobel committee will deny them the Prize due to their work having been published in an open access journal without or with a low impact factor.

Closed access attack

The open access publishing model has attracted increased attention in recent times following the demand of some scientific opinion leaders that all papers published in closed access journals become freely available in open access format, quickly after publication, without cost to the authors. One concern is that closed access journals could impede scientific progress due to their usually slower publication schedules and paywalls; this could be particularly damaging for very fast-growing disciplines such as artificial intelligence. Some authors are even threatening to boycott some highly visible journals if they insist on closed access or charging publication fees in the open access model. Recently, two of the world’s largest biomedical research funders – Wellcome Trust and the Gates Foundation – joined another 13 funders in backing a plan to make all papers resulting from work they fund open access on publication by 2020.

Role of mentors

We know of many mentors who insist on either publishing in top-tier journals or not publishing at all; their behavior is reminiscent of the Mercedes-Benz car TV advertisement: “the best or nothing”. While many mentors can afford this luxury, their trainees likely cannot. Our own experience suggests that, for most students, it is better to publish one or more papers in open access journals, as outlined above, and then proceed to completion of their degrees, on time. The alternative insistence on publishing in the highest impact journals runs the risk of multiple rejections, major delays, years of additional research, and postponement of personal life decisions such as starting a family or finding a job. By guiding their trainees to publish in non-elite, yet respected journals, mentors may prevent serious consequences such as anxiety and related disorders.

CONCLUSIONS

In our view, ‘elite’ journals are still required, yet their value lies on their exemplary editorial content, rather than on their original scientific material. Their science could be published elsewhere, and have the same societal impact and benefit. For example, one of the most influential papers in history is the one-page Nature report by Watson and Crick on the double helical structure of DNA. Would the impact of this, or similar papers, be different had they been published in other, low impact factor, indexed journals? We believe not.
For mentors, we advise the adoption of a motto different from that of the Mercedes-Benz car manufacturer and to equip their trainees with the knowledge to make an informed decision as to where to send their work. After all, it is preferable that their hard work is made known to the international community through an open access journal or (bio-)archive than to remain unpublished.


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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

"Publicar o Perecer"

Artículo: el "Publicar o Perecer" puede convertirse en "Publicar y Perecer en la Era de la Evaluación Objetiva de la Calidad Cientítica"

How “Publish or Perish” Can Become “Publish and Perish” in the Age of Objective Assessment of Scientific Quality

Erzsebet Dani
Department of Library and Information Science, University of Debrecen
Hungary. dani.erzsebet@inf.unideb.hu

Artículo disponible en: http://www.iiisci.org/journal/CV$/sci/pdfs/IP052LL18.pdf
Lo que quiero hacer no es lo que todos sabemos: que los métodos para evaluar la calidad de los logros de la investigación son controvertidos. Tampoco quiero cuestionar la razón de ser del enfoque cienciométrico, su metodología o sus indicadores particulares. Tampoco pretendo encontrar soluciones sistemáticas para las contradicciones (aunque espero ofrecer algunas ideas en esa dirección más adelante). Muchos han llamado y siguen llamando la atención sobre la aplicación rígida y uniforme del enfoque numérico (contando publicaciones), argumentando que está haciendo injusticia en ciertas áreas de la ciencia. Con esto como punto de partida, este estudio pretende servir a dos propósitos . Uno, en un tono mucho más agudo que el que se usa generalmente en las discusiones sobre el tema, deseo llamar la atención sobre cuán extremadamente dañina puede ser la práctica cienciométrica actual para muchos estudiosos y científicos. Dos, también en parte en apoyo del argumento anterior, me propongo demostrar -en la medida de lo posible de acuerdo con la amplitud y profundidad que las restricciones de tamaño de este documento- cómo la contradicción crucial en cuestión en el centro de la práctica actual se desprende de los mitos generados por la cienciometría misma.
Aquí está la paradoja: es la aplicación mecánica y la sobrevaloración de la evaluación cienciométrica del desempeño de la investigación, la objetividad diseñada para garantizar un tratamiento justo y equitativo el que, de hecho, lleva a la devaluación del esfuerzo de investigación de calidad y desalienta e incluso mata la voluntad de realizar investigaciones en diversas disciplinas. Es decir, el principio proverbial en parte verdadero, en parte divertido, "publicar o perecer", que incita al científico investigador o académico a seguir publicando por el bien de la promoción profesional y la supervivencia académica, se convierte en la trampa de lo que podemos describir como "Publicar y perecer". El tema que abordaré a continuación es cómo se desarrollará el desarrollo, la cientometría, o mejor dicho, su método de aplicación y los mitos que generó el fenómeno de "publicar y perecer".

The point I wish to make is not what we all know: that the methods to assess the quality of research achievement are controversial. I do not wish to call into question the raison d’être of scientometric approach, its methodology or its particular indicators either. Nor am I aiming at coming up with systematic solutions of the contradictions (although I hope to offer some thoughts in that direction later below). Many have called and keep calling attention to the rigid and uniform application of the numerical approach (counting publications), arguing that it is doing injustice to certain areas of science.1 With that as a starting point, this study is intended to serve two purposes. One, in a much sharper tone than generally used in discussions of the topic, I wish to call attention to how extremely harmful the present scientometric practice may be for many scholars and scientists. Two, also partly in support of the former argument, I propose to demonstrate—to the degree of breadth and depth that the sizeconstraints of this paper make possible—how the crucial contradiction in question at the core of the present practice follows from the myths generated by scientometry itself.
Here is the paradox: it is the mechanical application and overvaluation of the scientometric assessment of research performance, the very objectivity designed to guarantee equal and fair treatment that does, in fact, lead to the devaluation of quality research effort and discourages even kills the will to conduct research in several disciplines. That is to say, the partly true, part-fun proverbial “publish or perish” principle, which urges the research scientist or academic to keep publishing for the sake of career advancement and academic survival, turns into the trap of what we can describe as “publish and perish.” How a well-intentioned and basically most welcome development, scientometry, or rather, its method of application as well as the myths it generated yield the “publish and perish” phenomenon is the subject I will address below.

Qué es CLOCKSS (Controlled Lots of Copies Keep Stuff Safe)?

Aquí una guía:
https://clockss.org/wp-content/uploads/2018/12/CLOCKSS_Publisher_Library_Overview_Spanish.pdf
Unir esfuerzos con las principales bibliotecas y editores a nivel mundial para la preservación

Desde el año 2016, las editoriales académicas y bibliotecas de investigación han colaborado para crear un archivo oscuro global para asegurar la supervivencia a largo plazo del contenido académico basado en la Web.

Hoy en día, con 300 bibliotecas de apoyo y 260 editoriales participantes, CLOCKSS (Controlled Lots of Copies Keep Stuff Safe) opera 12 nodos en principales instituciones académicas por todo el mundo.
Juntos, conservamos las versiones de autoridad de más de 30 millones de artículos de revistas académica, 75,000 libros y una creciente colección de materiales complementarios e información de metadatos.
¿Porque participar en CLOCKSS?

CLOCKSS es dirigida por y para nuestros interesados. Nuestra Junta directiva está integrada por un número igual de bibliotecarios y editoriales que toman decisiones de manera conjunta sobre políticas, procedimientos, prioridades y cuándo liberar contenidos (Trigger Content).
Siendo el único archivo oscuro que asigna una licencia “Creative Commons” a todos los contenidos conservados, CLOCKSS beneficia a toda la comunidad académica permitiendo el acceso permanente y
continuo en Acceso Abierto (Open Access) a todas aquellas publicaciones abandonadas y huérfanas. Dando como resultado que todo el contenido recuperado y liberado se convierte de acceso perpetuo
a cualquier persona que disponga de acceso a Internet.
Resistiendo la prueba del tiempo

CLOCKSS (Controlled LOCKSS) emplea un enfoque de archivado única (Lots of Copies Keep Stuff Safe), que fue iniciado por bibliotecarios de la Universidad de Stanford en 1999.

El contenido digital es almacenado en el archivo CLOCKSS sin acceso de usuarios a menos que ocurra un “evento de liberación” (trigger event).
A la fecha, 53 títulos han sido liberados y están disponibles mediante acceso abierto.

La tecnología LOCKSS verifica de forma regular la validez de la información almacenada y la conserva a largo plazo.
La infraestructura segura, robusta y descentralizada de CLOCKSS puede soportar amenazas de carácter tecnológico, económico, ambiental y político.

Un evento destructivo en un sitio no pondrá en peligro la supervivencia del contenido digital conservado debido a que las otras 11 ubicaciones sirven como sitios espejo para respaldar y reparar el archivo del sitio afectado.
Seguridad y sustentabilidad financiera
Como organización independiente sin fines de lucro e independiente [501(c)(3)], CLOCKSS tiene el compromiso de mantener costos asequibles para permitir que tanto bibliotecas como editoriales de todos los tamaños y presupuestos tengan la posibilidad de participar en CLOCKSS. Los bajos costos operativos hacen posible mantener este compromiso.
“La conservación a largo plazo de la literatura académica en formato digital es crucial dentro de la misión de las bibliotecas académicas. Investigadores de todas las disciplinas dependen de sus bibliotecas para salvaguardar la custodia de sus registros, apoyando los métodos de investigación responsable. CLOCKSS es una comunidad única donde las bibliotecas pueden tomar una acción conjunta para colaborar con Editoriales con la finalidad de garantizar que la investigación en formato digital sea conservada ahora para el bien de futuros académicos.”

- Richard Ovenden,  Bibliotecario de Bodleiano en Las Bibliotecas Bodleianas,  Universidad de Oxford

Publicação de estudos científicos

Caros leitores,

A Journal Health NPEPS (ISSN 2526-1010) é uma revista científica produzida pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Tem por objetivo a publicação de estudos científicos na área da saúde e áreas afins.

 A revista possui periodicidade semestral e recebe artigos para avaliação durante todo o ano (fluxo contínuo). É indexada, gratuita e possui acesso aberto.

 Os estudos são publicados após aprovação por pelo menos dois avaliadores externos, especialistas da área.

Para submeter seu artigo, primeiramente realize seu cadastro: https://periodicos.unemat.br/index.php/jhnpeps

 No momento que estiver preenchendo o cadastro na revista, marcar a opção "leitor" e "autor". Antes de confirmar o cadastro, verifique se estas duas opções foram marcadas.

 E siga as Diretrizes para Autores para formatação adequada do artigo antes da submissão: https://periodicos.unemat.br/index.php/jhnpeps/about/submissions#authorGuidelines

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Equipe Editorial - Journal Health NPEPS
npeps@unemat.br

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Publicado en The Mercury News

University of California leads fight over access to research
UC stages revolt against the world’s largest journal publisher

A puerta cerrada, la Universidad de California está organizando una revuelta contra la editorial de revistas más grande del mundo, amenazando con abandonar todas sus suscripciones cuando expire su contrato con la empresa Reed Elsevier.

 La universidad estaba a punto de perder el acceso a las revistas de Elsevier una vez finalizado su contrato de cinco años el 31 de diciembre de 2018. Pero en la tarde del 21 de diciembre, la empresa decidió extender el plazo por un mes más.

Si no se llega a un acuerdo, todos los integrantes del sistema de la Universidad de Californa - UC (21,200 profesores y 251,700 estudiantes) podrían enfrentar un acceso más limitado a los nuevos hallazgos de investigación disponibles en las revistas especializadas editadas y comercializadas por Elsevier. (El acceso a artículos más antiguos continuaría sin interrupciones). La biblioteca de la universidad dice que se encargará de obtener los artículos de interés para su comunidad a través de otros medios, como el préstamo de bibliotecas que no pertenecen a la UC.

 UC quiere cambiar los términos de su contrato multimillonario con Elsevier, y remodelar fundamentalmente la forma en que se comparte la investigación en campos que van desde la física de partículas a los estudios de transporte.

 Siendo el mayor sistema universitario de investigación de los Estados Unidos, la UC cree que tiene el poder de alterar el modelo de suscripción centenario y acelerar el acceso abierto. Sus 10 campus representan casi el 10 por ciento de la investigación producida en los EE. UU.

"Es imperativo que usemos esta oportunidad para alterar nuestra relación", escribió el rector de la UC-Santa Cruz, George Blumenthal, astrofísico, en una carta dirigida al profesorado el 19 de diciembre. "Derribando los muros de pago [esto es, eliminando el pago por suscripción] de las revistas académicas, o al menos reducir significativamente los costos, podemos ayudar a forzar la creación de un sistema más abierto de intercambio de conocimientos", escribió.

El resultado de las conversaciones podría dar la vuelta al mundo de la investigación editorial, ya que si muchas universidades siguen el ejemplo de la UC, esto podría representar un desastre para los editores tipo Elsevier.

 La disputa está agitando a los rangos más altos de la torre de marfil de la UC, con directivos que instan a los profesores y al personal a apoyar el esfuerzo de la universidad y mediante campañas por correspondencia.

 Por su parte, la UCLA ha tomado una línea aún más difícil, pidiéndole a sus profesores que consideren publicar en otras revistas y dejar de revisar (dictaminar) artículos para Elsevier.

 Los detalles son complicados. Actualmente, el sistema de UC paga por separado las suscripciones a los artículos y la publicación de la investigación de la UC. Ahora, la UC quiere un acuerdo que les permita pagar ambos a la vez. Esto haría que los artículos estuvieran más libremente disponibles inmediatamente después de la publicación y podrían reducir los precios de suscripción.

Elsevier responde que la UC no puede forjarse sus propios términos en un modelo de negocio global, y que Elsevier no quiere desarraigar el modelo de negocio de suscripción que representa más del 85 por ciento de toda la investigación publicada, dijo Tom Reller, vicepresidente y jefe de Equipo de comunicaciones de socios comerciales para comunicaciones globales en Elsevier.

Compañías como Elsevier asumen los costos "iniciales" de formatear un manuscrito para publicación y los costos de distribución de las revistas.

 En 2017, Elsevier publicó más de 430,000 artículos en unas 2,500 revistas.

 Por su parte, los académicos universitarios se quejan de que hacen demasiado trabajo voluntario para los editores, como la "revisión por pares" de los artículos. Además, están inconformes porque no mantienen los derechos de autor de los documentos. Y no les gusta pagar tarifas cada vez más altas por el acceso de suscripción a la investigación. La UC le paga a Elsevier aproximadamente $ 11.5 millones de dólares al año por la suscripción a casi 2,000 revistas.

 Para cualquier persona que no cuente con una suscripción, como ocurre con el público en general con cuyos dólares de los impuestos financian gran parte de la investigación, los artículos pueden costar entre $ 35 y $ 40 dólares cada uno.

 En realidad, han sido los mismos académicos los que se han mostrados reacios al cambio. Esto sucede así ya que los académicos necesitan de la publicación para obtener reconocimiento profesional.

 Los editores comerciales como Elsevier desempeñaron un papel crítico en los años sesenta y setenta cuando la investigación estaba en pleno auge, pero no había muchas revistas especializadas, dijo Ted Bergstrom, profesor de economía en la Universidad de California en Santa Bárbara, quien estudia los precios de las revistas. La publicación fue realizada por sociedades profesionales, dijo, "administrada por la red de un niño viejo". Las editoriales comerciales eran innovadoras, contrataron a los mejores talentos y cobraron precios razonables para revistas que iban desde la prestigiosa revista Lancet hasta la más arcana International Journal of Rock Mechanics.

 Con la revolución digital, los editores descubrieron que podían vender el acceso a grandes paquetes de revistas electrónicas a un precio comparable al de las versiones en papel. Los costos de producción cayeron, pero los precios de las suscripciones se dispararon más allá de la tasa de inflación, incluso cuando los presupuestos universitarios se estancaron.

 "Esta resultó ser una estrategia brillante", que generó márgenes operativos de 37 a 40 por ciento para Elsevier, dijo Bergstorm. "Los bibliotecarios han estado furiosos, con razón".

 El enfrentamiento de UC coincide con el creciente movimiento de "acceso abierto" para hacer que la ciencia esté más disponible para el público. Las nuevas revistas como Public Library of Science, una organización sin fines de lucro, revierten el modelo anterior, y los autores pagan y los lectores obtienen suscripciones de forma gratuita. Los grandes financiadores como la Fundación Bill y Melinda Gates requieren cada vez más que sus hallazgos estén disponibles a través del acceso abierto, inmediatamente después de su publicación.

Las instituciones académicas de toda Europa también están presionando para conseguir mejores acuerdos con las editoriales. Las principales universidades alemanas y suecas han cancelado sus contratos Elsevier.

Ética e integridad académica: los otros focos rojos


Juan Carlos Ruiz Guadalajara, publicado en La Jornada 22 dic 2018:

"El pasado septiembre el Instituto Politécnico Nacional (IPN) lanzó la campaña Ética e integridad en la escritura y publicación académicas en el IPN, iniciativa del doctor en filosofía y promotor de la no violencia Xicoténcatl Martínez Ruiz, quien desde la dirección de la revista Innovación Educativa ha impulsado una profunda reflexión sobre los procesos de aprendizaje científico, generación del conocimiento, su divulgación e impacto social".


El pasado septiembre el Instituto Politécnico Nacional (IPN) lanzó la campaña Ética e integridad en la escritura y publicación académicas en el IPN, iniciativa del doctor en filosofía y promotor de la no violencia Xicoténcatl Martínez Ruiz, quien desde la dirección de la revista Innovación Educativa ha impulsado una profunda reflexión sobre los procesos de aprendizaje científico, generación del conocimiento, su divulgación e impacto social.

La campaña surgió como respuesta a uno de los procesos más preocupantes en el ámbito académico: el aumento sostenido de prácticas deshonestas y de proliferación de textos académicos con contenido no original entre la comunidad del IPN, o bien entre quienes envían de diversos países ensayos de investigación que aspiran a ser publicados en Innovación Educativa, lo que involucra a estudiantes de posgrado, profesores e investigadores. Dichos procesos se han agudizado ante la abundancia de recursos de consulta digital que permiten, entre otras cosas, la especialización en la práctica de copiar y pegar, e incluso de reformular textos originales ajenos para plagiarlos y solventar con ello trabajos escolares, o simular productos de investigación "originales".

El plagio y sus numerosas modalidades ha dado lugar al surgimiento de una industria de maquila de textos "científicos" por encargo, a partir de empresas informales que ofrecen este "servicio", garantizando discreción y una cada vez menor posibilidad de que el robo intelectual sea descubierto. Para ello han desarrollado, incluso, programas informáticos sustentados en algoritmos que seleccionan, mezclan y alteran contenidos disponibles en Internet con el fin de burlar los detectores de plagio, en una muestra más de los usos perversos de la tecnología.

La campaña por la ética e integridad académicas rebasa por tantoßπ el problema concreto del texto científico no original, al llamar la atención sobre los factores que han profundizado las prácticas corruptas en las comunidades académicas de las más reconocidas instituciones de educación superior e investigación científica de México y de muchos países del hemisferio occidental. Con ello el IPN se coloca a la vanguardia, sobre todo porque la estrategia para la toma de conciencia en torno a este problema se basa en el diálogo con estudiantes y comunidad académica.

La campaña del IPN llega en un momento clave ante los planes de redefinición de la política científica mexicana dados a conocer por María Elena Álvarez-Buylla el pasado junio, cuando se perfiló como la apuesta de López Obrador para dirigir el Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (Conacyt). En dicho mes, la doctora Álvarez-Buylla dio a conocer su Plan de reestructuración estratégica del Conacyt para adecuarse al Proyecto Alternativo de Nación (2018-2024), en el cual toma un papel central la ética académica y el rechazo a la simulación. En su diagnóstico, el documento señala los daños severos que el régimen económico neoliberal causó a la política científica nacional, principalmente la mercantilización de los procesos de conocimiento y formación de recursos humanos de alto nivel, lo cual, en palabras de Álvarez-Buylla, "tiene implicaciones éticas profundas, y en sentido estricto podrían estar destruyendo a la ciencia y a las universidades de raíz".

El ejemplo más grave de lo anterior se encuentra en los institutos y centros de investigación, donde los investigadores vivimos sometidos a un régimen de evaluaciones periódicas con base en criterios productivistas y cuantitativos que fomentan prácticas corruptas de plagio, tráfico de respaldos mutuos y clientelismos, manipulación de consejos editoriales y comisiones dictaminadoras, canibalismo laboral y abusos hacia los estudiantes de posgrado, todo en la lógica de la competencia feroz por obtener estímulos económicos diseñados para atenuar el bajo salario de base de los científicos mexicanos.

Los comportamientos orientados a lograr mayores ganancias económicas se multiplican y llevan al desvarío a muchos investigadores. Por ejemplo, los actuales criterios de evaluación del Conacyt establecen como altamente valorada la colaboración investigador-estudiante para publicaciones en coautoría, lo que se ha traducido en abusos de poder, acosos y otras acciones que llegan al plagio, al chantaje e incluso a la violación de derechos humanos.

La lucha por el predominio de la ética y la integridad en la academia debe ser también un fin prioritario en el proceso de cambio hacia un nuevo régimen político, sustentado en la honestidad y la justicia social. Por ello es deseable que la campaña del IPN, encabezada por Xicoténcatl Martínez, logre activar las reservas morales de las instituciones de educación e investigación superior de México. En esta tarea el Conacyt y su nueva titular tendrán mucho que decir. Somos todo oídos.